terça-feira, 30 de novembro de 2010

8ª) Atos de João


Narrador: Um tempão durou e João não voltou pra rever o torrão que um dia, em vão, jurou de coração. E Dália das Gotas, donzela, garota, foi junto com as outras serguir a escrota paixão. O caso é que um curandeiro sarou a cegueira de João, que se juntou com um mineiro pra ser garimpeiro em outra região, e não voltar com as mãos vazias de novo a bacia do seu quilarão. “-Simbora João!”

Brigando na goela do vêio, que febre era aquela! No corpo um alumeio, por causa da vela que hora no céu permanece a brilhar! E João toda noite alembrava os beijos da amada querendo voltar: “-Espere amor que eu volto já!” Até que uma pepita daquelas esbarrou em suas mãos. João despediu-se do vêio: “-Inté meus irmãos, não fico aqui mais não! Vou rever meu torrão e descansar o coração ao lado do pancadão que ficou lá, pra lá, mas bem pra lá deste serrão!”

Mas no caminho uma emboscada; piteira, chumbeira, estampido, rojão! João beijou o pó da estrada: “- É fim da picada! Eu, não volto não! Adeus a inculta fantasia, adeus luz do dia, adeus quilarão! Volto é pro chão!”
...

Voz: Seu Ribeiro (narrador).
Instrumentos: Violão (Seu Ribeiro), Bandolin (Anderson Augusto), Baixo (Betinho Macedo), Percussão (Johnny Herno), Berimbacia e Berimboca (Babilak Bah).

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