Narrador: Esta história que eu contei não teve um final feliz! Não foi feliz a donzela, nem quem amou ela, ou quem ela quis! Tanta gente neste mundo vive cega a transitar, sem saber que um poço fundo inside num segundo para nos tragar. A infelicidade invade, apronta e faz de conta que não quer ficar!
Pois depois da curva do rio, donde a boneca pariu, um velho profeta do amor me contou que assistiu quando o estrelo caiu feito uma jaca no rio de pó. Deu dó! Que em riba daquela ponte, muita gente atravessou sem saber que um dia Maria também se afogou, tentando encontrar o seu filho que as águas levou. Deu dó!
Lá no serrão vive o guardião da sempre-viva, que se encantou e sua história virou notícia! E hoje já corre pros trechos alheios adornada com as cores da mentira! Falsos mestres profanaram a memória de um fiel! São cegos guiando cegos que não chegaram ao céu! Com as penas dos filhos de Adão, me resta um alento pra me consolar, que a chama dos justos não se apagará!
Olhando para o céu, miro a imensidão e nada mais vejo pra mudar minha opinião. O que eu vejo é só mentiras derna os Tempos de Adão. Aos donos da terra, que tenho a falar, se a voz da verdade não querem escutar?! Vou caminhar... Mas antes de eu ir embora picando meus versos pela estrada afora, zombarei de seus castelos reduzidos a farelos num amarelo mar de pó que só se vendo... Deu dó!
Vozes: Seu Ribeiro (narrador).
Instrumentos: Violão (Seu Ribeiro), Acordeon (Coroné),
Percussão (Johnny Herno).
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